Histórico da Ilha da Pólvora      Reservistas da "Classe de 1935"

 

 

 

Doze anos depois da primeira tentativa, o Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, ganhou seu anexo mais distante e atrativo: o Eco-museu da Ilha da Pólvora.

A história documentada da Ilha da Pólvora, começou no século XIX, com a aquisição da ilha pelo inglês Thomas Messiter, que a vendeu ao Governo Imperial (1854). Este, construiu o belo edifício neo-colonial do paiol, hoje, sede do eco–museu. Nestes 145 anos, o Exército protegeu, eficientemente, a ilha e o paiol, preservando, integralmente, o patrimônio paisagístico e natural.

O projeto Ilha da Pólvora iniciou em 1987, mas só teve recursos aprovados dez anos depois, pelo Ministério da Educação. A antiga ilha-paiol do 6o GAC passou a ter obras no prédio principal,  agora transformado em sala de exposições e, também, no pequeno prédio chamado Casa Dona Zélia, localizado um pouco afastado do prédio principal, que serve para a permanência da Guarda da ilha e para depósito do material de manutenção. 

 

Zélia Souza ao lado da placa com o nome da sua Casa

 

Zélia na frente do antigo Paiol, atual Eco-museu

 

Foram construídas passarelas para que o público possa chegar próximo, sem prejudicar a flora e a fauna características.

A Ilha da Pólvora é um espaço natural preservado, de grande riqueza de espécies vegetais e animais. Durante muitos anos, esteve desabitada, mas, devido a presença militar, o patrimônio natural manteve-se intacto, permitindo a preservação. No conjunto de ilhas estuarinas da Lagoa dos Patos, ela se destaca, pela proximidade do Museu Oceanográfico e por sua biodiversidade.

 

Vista aérea da Ilha da Pólvora

 

Gaivotas nos poleiros para aves marinhas do Eco-museu Ilha da Pólvora

 

Para o diretor do museu, professor Lauro Barcellos, o objetivo da nova área é instrumentar ações de conservação e manejo, preservando o valor biológico, paisagístico, arquitetônico e cultural da Ilha da Pólvora, transformando-a em área para pesquisa e visitação pública, viabilizando um espaço privilegiado para ações educativas.   O projeto do Eco-Museu da Ilha da Pólvora, alcançou sucesso, graças ao esforço, à dedicação e à tenacidade empregados pelo professor Barcellos e pela sua equipe de colaboradores.

O longo canal, formado pela ligação da Lagoa dos Patos com o Oceano Atlântico, chamado Canal do Rio Grande, abriga ilhas, quase-ilhas, ilhotas, enseadas, canais, sacos, banhados e dunas. . Por isto, tem tanta diversidade, sendo passagem obrigatória para centenas de aves ou seres vivos do mar e da lagoa. É nessa região, que se encontra a Ilha da Pólvora, sujeita a inundações periódicas, pela ação conjunta de ventos e marés.

A ilha tem 43 hectares, recobertos por densa vegetação, englobando cerca de 50 espécies nativas, aptas a suportar longos períodos de alagamento, tanto de água salgada, quanto de água doce ou salobra. O ponto mais alto da ilha, encontra-se a 60 cm / 70 cm acima do nível médio da Lagoa dos Patos.

O prédio da ilha, representa parte da história do Exército na região. Na mostra permanente do museu, foram incluídos alguns itens, como antigos canhões, pertencentes ao hoje chamado 6o GAC.

A solenidade de inauguração do Eco-Museu da Ilha da Pólvora, ofereceu uma curiosidade: Zélia Souza, que estava presente, foi a primeira pessoa que nasceu na Ilha da Pólvora e, talvez, a única nativa. Sua família morou na ilha, desde o ano de 1927 até 1934. Seu pai, Gil Sérgio de Souza, era marinheiro do escaler de guerra, subordinado ao comando local do Exército e tinha, como função, cuidar do paiol da ilha.

 

 

Acima, temos uma visão parcial, atual, da ilha, com o paiol (Eco-Museu), ao fundo.  Na mesma foto, a partir da esquerda, estão o professor Lauro Barcellos, diretor do museu; Hélio Alves de Souza, irmão de Zélia e integrante da Classe de 1935; Zélia Souza, a homenageada.

 

 

Uma lembrança da infância (1933), no trapiche da ilha: Célia, a irmã mais velha, o cachorro Ufa e Zélia.

 

 

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por Gil Souza de Souza  & Hélio Alves de Souza